... eu penso em muitas coisas. Mais do que eu deveria pensar. Às vezes penso tanto que esqueço o que estava pensando e penso sobre o quanto esqueço as coisas que penso.
Agora por exemplo, estou pensando em como será minha velhice e vou registrar o pensamento por meio desse post.
Eu fico vendo a geração dos meus pais que estão envelhecendo e certamente viverão mais que meus avôs. Para eles já vai ser dureza, pois nós somos uma geração bem mais acelerada, mais ou menos perdida e sequer pensamos em como cuidar deles no futuro. Até aí tudo bem. Vamos ter a dificuldade de lidar com uma geração que cresceu nos anos 70 e 80, entre uma ditadura militar e uma explosão de tecnologia que sequer acredito que eles tenham acompanhado. Vamos ter também que lidar com uma geração mais nova, que nasceu nos anos 90 e que não tem um pingo de paciência para entender a base de todas as coisas.
Nesse ponto eu me preocupo um pouco: e como será que essa geração anos 90 cuidará de nós, velhinhos, que nascemos nos anos 70??
Como será nosso futuro velhos? Será que eles nos ajudarão a subir a escada, atravessar a rua, a ler algo que não consiguiremos enxergar, a entender o que falamos ou escrevemos, que língua eles estarão falando?
Comunicação... isso será uma coisa muito doida. A gente dos anos 70 estaremos nos nossos românticos blogs, escrevendo sobre a vida, enquanto eles estarão se comunicando por meio de uh uh uh como os macacos. E o pior, eles se entenderão entre si e nós não.
Atenção! Quem dará atenção a velhinhos que falarão sobre Ayrton Senna, sobre o Lula, sobre o desmatamento da Amazônia que não pudemos conter, sobre o desaparecimento do cerrado que não pudemos conter, sobre máquina de datilografar e discos de vinil?? Nesse ponto, até cd e dvd já serão coisas de um passado bem distante a eles.
Agora, falando mais de mim e não do mundo que me cercará, acredito que viverei muito, se nenhum percalço dessa vida maluca me assolar. Se correr tudo bem, acredito que viverei uns 100 anos, mais ou menos. Creio que todo ser humano pensa dessa forma, afinla quem quer morrer? Vou ter umas doenças, mas nada grave, coisas de velho provavelmente. Quero ficar um pouco caduca também, pois pirar faz parte da vida.
Minha cabeça se tornará branca quando eu tiver uns 45 anos, e eu serei uma eterna mignonzinha, chegando aos 100 anos quase desaparecendo de tão nanica. Nadarei até os dias da minha morte, e darei uma aula de juventude a qualquer pessoa, pois a cada dia que passa me sinto mais jovem por dentro, apesar do corpo não acompanhar esse estado mental. Eu terei rugas profundas no rosto, inclusive o bigode chinês que já cultivo.
Quero ser avó e tia, e vou causar muito com meus netos e meus sobrinhos. Aqueles da geração anos 2020.
A princípio fiquei com medo de envelhecer. Mas pensando bem, vai ser uma jornada muito interessante e eu faço questão de acompanhar como será o futuro.
E aos meus pais, cuidarei deles até o fim. O que farão por mim, só o futuro mesmo...
sexta-feira, 2 de outubro de 2009
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